UBATUBA ANTIGA



Prefeito  Basilio de Moraes Cavalheiro, prefeito de ubatuba-SP de 1973 a 1976






Basilio de Moraes Cavalheiro - Prefeito Municipal de 1973 á 1976

 

 
Mediante o desinteresse dos sucessores de Matarazzo e principalmente dos engenheiros, de implantar o Plano Viário, fui conversar com os pré-candidatos a prefeito para esse pleito. Primeiro, falei com o meu amigo e padrinho de casamento Dr. José Nélio de Carvalho. Perguntei-lhe o que ele achava, se eleito fosse, da possibilidade de implantar o Plano Viário, tendo em vista que estava aprovado e que era parte integrante do Plano Diretor.
 
 - Eu acho, e os engenheiros da cidade também, que este plano é muito avançado para Ubatuba no momento, veja só: alargamento de 2 metros da rua Dona Maria Alves e Professor Thomaz Galhardo, 8 metros na Manoel de Nóbrega, túnel na praia Grande e o Anel Viário na avenida Rio Grande do Sul é como o pessoal diz: "- É uma poesia do topógrafo Roberto Nielsen, um sonho!"
No momento fiquei indignado com a resposta. Neste mesmo dia recebi um convite do meu amigo Joanilson Serpa, caiçara da gema e do centro, funcionário do Cartório de Títulos e Documentos, para sair a candidato a prefeito, e ele para vice, fazendo uma dobradinha caiçara.
Aceitei de imediato. O partido era o MDB, o popular Manda Brasa, opositor do partido do governo (ARENA). Além dos caiçaras, naquela época, não votarem contra o governo, nós ainda tivemos uma disputa interna com mais dois candidatos experientes: Dr. Juquinha (ex-prefeito de Taubaté) e José Zabeu (ex-candidato).
Mas, durante a campanha, Dr. Juquinha me propôs um acordo dizendo que já tinha conversado com o Zabeu e que seria melhor para o partido, tendo em vista que estavam desgastados politicamente, pretendiam renunciar e apoiar o candidato mais jovem. Em troca do apoio, se eu fosse eleito, queriam algumas concessões e me apresentou uma lista de exigências.
Disse a ele:
- Se eu concordar com essas exigências, vocês vão me transformar em um prefeito fantoche - mediante a negativa, Dr. Juquinha saiu resmungando... e soltando fogo pelas ventas, desencadeando uma disputa interna, nociva para o partido.
Já no dia seguinte, dos cinco candidatos a vereador da nossa chapa, quatro debandou, ficando somente Fiovo Frediani, mesmo assim, dando um visível apoio velado.
Uns quinze dias antes da eleição chegaram os figurões do MDB: senador Franco Montoro e os deputados Robson Marinho e Bevilácqua. Foi organizada uma passeata, saindo do Posto Esso, no Itaguà, até o trevo do Indaiá, no Perequê-Açú. O carro de som ia à frente anunciando os nomes dos candidatos, em seguida, Fiovo ao volante do seu Galaxy Landau e, sentado ao seu lado o deputado Bevilácqua, e no banco de trás, do meu lado esquerdo o senador Montoro, e do outro o deputado Robson Marinho.
Durante o percurso o carro de som não anunciava o meu nome e quando chegamos na avenida Manoel de Nóbrega exatamente na Praça Barão do Rio Branco, o senador Montoro pergunta ao Fiovo:
- O que está acontecendo que o pessoal do som até agora não citou o nome do candidato Nenê Velloso? - Após a observação, Fiovo se aproxima do carro de som e diz ao locutor Antonio Marques:
- Você está "esquecendo" de falar o nome do Nenê Velloso! - que imediatamente atendeu a observação.
Na semana seguinte fomos visitar o bairro de Maranduba, colocamos cartazes, muita gente conhecida, distribuímos santinhos e ouvimos muitas promessas de votos. No dia seguinte, vem à cidade um amigo do meu vice e nos relata que no mesmo dia durante a noite, alguns do nosso pessoal retiraram todos os cartazes que tínhamos colocado, recomendando que votassem no Dr. Juquinha ou Zabeu.
Já na cidade, espalharam boatos que nós íamos acabar com o esporte. Porque a nossa proposta prioritária era a reforma da Santa Casa.
Política é assim... candidato que contraria interesses particulares perde eleição. Os políticos e a cidade sabiam que se eu fosse eleito passaria um pente fino na prefeitura e, todos os projetos de Matarazzo seriam implantados. O Plano Viário seria implantado no dia posse, com demolição de uma casa da avenida Nove de Julho / rua Guarani.
Mas, para felicidade daqueles que já estavam usando os projetos de Matarazzo em benefício próprio, e também os beneficiados, eu não fui eleito. Sorte deles! Azar da Cidade! A turminha do quanto pior melhor está infestando a cidade, que quando corre o risco de extinção, com os governantes resgatando novos exemplares. Até parece que são protegidos pelo IBAMA, não acabam nunca!
Uma semana depois, Dr. Juquinha me procurou para se retratar dos fatos ocorridos durante a campanha, responsabilizando Fiovo Frediani como único autor. Depois, me convidou para ir até sua casa, na promessa de me relatar detalhadamente tudo o que tinha acontecido. Mas, eu não me interessei, porque era perda de tempo com farinha do mesmo saco. Mais tarde fiquei sabendo que ele era locatário do imóvel de propriedade do Fiovo, e estaria sendo despejado.
Clique aqui para acessar a listagem dos textos (já publicados) da série Construindo o passado II.
 

Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail parathecaliforniakid61@hotmail.com.

 

 

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TUPÃ , O PRINCIPAL DEUS DOS INDIGENAS...

 
Tupã é outro herói civilizador do povo Tupinambá, o demônio do trovão. Cabe salientar que quando os missionários quiseram encontrar um correspondente a seu Deus, escolheram, ante a falta de expressão – diz Métraux – Tupã como o nome equivalente a “coisa sagrada e misteriosa”, no qual os Tupinambá viam a manifestação de um poder sobrenatural. Tupã é o autor do trovão e dos relâmpagos, sendo o criador do raio, tal onipresença celeste confere a este um poder significativo na mitologia Tupinambá. Para Thevet é só uma personagem secundária, quando os homens queimaram Irin – Pagé, provocou-se um milagre, abriu-se a cabeça deste com tal impetuosidade e tão horroroso estrondo que o estampido atingiu o céu, daí em diante Tupã virou trovões e relâmpagos, não tendo o relâmpago predecessor, o significado do fogo e isto é o que fica em maior evidência neste relato.

Dois fatos merecem a nossa atenção, a associação que a passagem estabelece entre Tupã e o trovão e, a relação existente entre o fenômeno e o incidente de vida de Irin – Pagé, um dos grandes heróis civilizadores. Portanto, Tupã foi criado logo após as metamorfoses sucessivas sofridas por um dos ancestrais Tupinambá.

A questão missionária parece estar ligada ao habitat celeste e ao poder sobre os elementos naturais, mais do que aos atributos divinos da onipotência, onisciência e onipresença. Esta questão reforça a nossa hipótese de como os Tupinambá se relacionavam com seu universo simbólico construído em função dos poderes e na força da natureza.

Fonte : do Livro "Ubatuba,Espaço,Memória e Cultura" , dos autores Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca , editado em 2005.
Este livro pode ser encontrado na Biblioteca Municipal de Ubatuba, Praça 13 de Maio, centro
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A PAZ DE IPEROIG E SUA HISTÓRIA...

 
 
 
Em 1563, jesuítas fundadores e administradores de colônias da Coroa Portuguesa (Império e Governo de Portugal Quinhentista): Pe. Manuel da Nóbrega e o noviço José de Anchieta vieram como "embaixadores" (astuciosos diplomatas) negociar a paz entre portugueses e os líderes da Confederação dos Tamoios: índios Tupinambás, na Aldeia Iperoig. Era urgente que se fizesse a  paz antes que os indígenas confederados, mais de três mil guerreiros, invadissem os povoados e aldeias portuguesas. O Padre Nóbrega retomou para Bertioga com o Chefe da Confederação, o Cacique Cunhambebe. Anchieta ficou como refém, iniciando seu famoso Poema á Virgem, até a concretização do acordo ou tratado oficial de paz, o primeiro do Brasil, firmado em 14 de setembro de 1563, batizado como Tratado de Paz de Iperoig. 
Com a paz firmada, o Governador Geral do Rio de Janeiro, Salvador Corrêa de Sá e Benevides, tomou providências para colonizar a região desde o Rio Juqueriquerê, entre São Sebastião e Caraguatatuba, municípios do atual Estado de São Paulo, até Cabo Frio, no atual Estado do R. J. Essas terras na época pertenciam a Capitania de São Vicente. Benevides enviou tropas de soldados que expulsaram os franceses (antigos aliados dos Tupinambás) do Rio de Janeiro, acabando com a sua colônia França Antártica, e tropas de soldados que atacaram e destruíram as aldeias Tupinambás como a de Iperoig, traindo o acordo de paz. Concedeu sesmarias aos primeiros colonizadores portugueses como lnocêncio de Unhate, Miguel Gonçalves, Capitão Gonçalo Correa de Sá, Martim de Sá, Belchior Conqueiro e a Jordão Homem Albernaz da Costa, sesmeiro que pleiteou a emancipação político-administrativa do povoado de Ubatuba.
 
FONTE : www.visitelitoralnorte.tur.br
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